
O deputado estadual Comandante Dan (Podemos) fez um balanço das principais bandeiras que levantou em 2025. Segurança pública, segurança hídrica, infraestrutura e logística do interior do Amazonas e sustentabilidade e meio ambiente foram suas pautas centrais ao longo do ano. De acordo com o parlamentar, os temas são correlatos e produzem efeitos entre si, sendo indissociáveis.
“Impossível, por exemplo, falar de preservação ambiental sem mirar em segurança pública, já que os grandes crimes ambientais são promovidos pelo crime organizado, como o narcogarimpo e os narconegócios. Não há como falar em sustentabilidade sem considerar a necessidade de acesso da população à água potável durante todo o ano, uma vertente importante da segurança hídrica. Os quatro temas estão intrinsicamente ligados”, afirmou.
Segurança pública
Na segurança pública, as prioridades do Comandante Dan incluíram valorização e recomposição do efetivo policial, realização de novos concursos, melhoria da estrutura policial no interior (DIPs precários) e municipalização da segurança, fortalecendo comissões e conselhos municipais. Uma pauta que se destacou foi a ilegalidade da manutenção de presos custodiados em delegacias, que, segundo o parlamentar, além de ilegal, expõe a população e os policiais a riscos.
“A lei orgânica nacional das polícias civis proíbe, no artigo 40, a permanência de presos custodiados em delegacias. Lutei contra isso, acionando desde o Ministério Público Estadual (MPAM) até o Ministério da justiça e Segurança Pública. Isso expõe a população das cidades, além dos policiais e dos próprios presos, a altos riscos, a partir de rebeliões e fugas. Graças a uma parceria cidadã, vimos várias ações do MP para o fechamento de carceragens e interdição de estruturas policiais no interior, em razão de superpopulação e precariedade física dos prédios. Continuaremos a luta em 2026”, destacou.
Outra pauta de relevância foi a concessão das datas-bases em atraso aos trabalhadores da área, além do pagamento de auxílio-fardamento, que não ocorria há quatro anos.
Segurança hídrica
Uma expressão que se tornou usual no discurso do deputado ao longo do ano foi “segurança hídrica”. O termo se refere à disponibilidade de água potável e balneável em quantidade e qualidade suficientes para as necessidades humanas (saúde, economia) e dos ecossistemas, com risco aceitável de eventos extremos (secas, enchentes), garantindo acesso sustentável e proteção contra poluição, por meio de gestão integrada e infraestrutura. É um conceito amplo que envolve, além do acesso, a resiliência contra desastres e a sustentabilidade ambiental e social.
Dan Câmara, nome civil do deputado Comandante Dan, é autor da Lei nº 7.428, de 23 de abril de 2025, que dispõe sobre Diretrizes de Segurança Hídrica. Aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa, a lei recebeu veto total do Governo do Estado, posteriormente derrubado pelos parlamentares.
“Estive em julho visitando toda a calha do Solimões por via fluvial, parando em cada município ao longo do percurso. Visitei 42 comunidades ribeirinhas e fiquei constrangido ao perceber que, no maior estado da Amazônia, que ostenta a maior bacia hidrográfica do mundo e bons índices de preservação ambiental da região, nossa gente não tem acesso à água de qualidade. Isso é vergonhoso”, afirmou.
Sustentabilidade ambiental e econômica
O deputado abordou incansavelmente a pesca artesanal como forma de alavancar a economia do Amazonas, aproveitando uma atividade de vocação natural.
“Os pescadores artesanais são agentes da preservação e podem representar, no futuro, uma alavancagem da economia estadual, por meio da produção pesqueira. Para isso, precisam de infraestrutura e qualificação. A democratização da produção de gelo é fundamental à atividade. Os portos do interior deveriam ter fábricas de gelo associadas à pesca e ao entreposto de chegada dos pescadores. Contudo, essas estruturas praticamente não existem na Amazônia”, explicou.
O parlamentar é, desde 2024, o deputado que mais destinou recursos, via emendas impositivas, para o segmento da pesca artesanal.
infraestrutura rodoviária, portuária e aeroportuária
Ferrenho defensor da trafegabilidade com segurança da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO), Comandante Dan ressalta a necessidade de uma nova infraestrutura rodoviária, portuária e aeroportuária no Amazonas, especialmente diante das mudanças climáticas.
“Por dois anos seguidos, 2023 e 2024, sofremos secas extremas que nos deixaram isolados, impondo restrições à navegação no Rio Amazonas e colocando-nos em risco de desabastecimento. Diante desse cenário, é imprescindível que a única ligação terrestre do Amazonas com o restante do território nacional seja prioridade. Além disso, precisamos reorganizar a logística de transportes no estado. Os portos, por exemplo, em sua maioria, estão interditados ou em operação precária”, afirmou.