Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado no dia 24 de março, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu, na manhã desta sexta-feira, 22/3, uma ação de saúde na comunidade Orquídea, no bairro Lago Azul, zona Norte.
Durante a ação, que contou com o apoio do Distrito de Saúde Norte (Disa Norte), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e do Comitê Estadual de Combate à Tuberculose, houve oferta de atendimento médico com clínico geral, dermatologistas e pediatra, coleta de exame de escarro, aferição de pressão arterial e glicemia, oferta de autoteste para HIV e distribuição de preservativos.
De acordo com o chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Alexandre Inomata, a ação foi organizada também como parte Campanha de Mobilização e Luta contra a Tuberculose 2024, que a rede municipal de saúde vem executando desde o início do mês, com o objetivo de intensificar as ações de prevenção e controle da doença no município de Manaus.
“As ações da campanha ocorrem diariamente com diferentes estratégias executadas pelos Distritos de Saúde Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural. Na programação na comunidade Orquídeas, também realizamos busca ativa de sintomáticos respiratórios, que são as pessoas com tosse por duas semanas ou mais, indo nas residências, e oferecemos exame para identificar a infecção latente por tuberculose”, informou Alexandre Inomata.
Para a dona de casa Orlene da Silva Campos, que mora há seis anos na comunidade Orquídea e é representante da associação de moradores, a ação colaborou para ampliar o atendimento em saúde das 600 famílias que vivem na comunidade.
“Normalmente, o atendimento é na Unidade Básica de Saúde José Figliuolo, no Viver Melhor. Mas a gente queria muito essa ação de saúde. Eu conheço uma pessoa que teve tuberculose, fez o tratamento e foi curada. Mas não conheço muito sobre a doença e acho importante sempre atualizar as informações, principalmente em relação à saúde”, afirmou Orlene Campos.
Casos
Em 2023, o município de Manaus registrou 2.816 casos de tuberculose, com aproximadamente 124 casos por 100 mil habitantes, o que representa a maior incidência da doença entre as capitais brasileiras. Este ano, entre 1º de janeiro e 18 de março, o número de casos novos registrados em Manaus chegou a 570. Desse total, 131 foram identificados tendo a zona Norte como área de residência, 176 com residência na zona Leste, 105 na zona Sul, 75 na zona Oeste e 14 na zona Rural, além de casos identificados ainda sem informações do bairro de residência.
A diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da Saúde do Trabalhador (DVAE/Semsa), Marinélia Ferreira, faz o alerta de que um paciente com tuberculose, sem tratamento, pode transmitir a doença para, em média, de 10 a 15 pessoas a cada ano, o que torna essencial ampliar o diagnóstico precoce da doença.
“Com o diagnóstico precoce, é possível iniciar o tratamento, reduzindo o risco de transmissão da doença. Outra estratégia fundamental é a identificação dos contatos dos pacientes diagnosticados com a tuberculose ativa, que são as pessoas que convivem de forma próxima e prolongada com pacientes diagnosticados com a doença, especialmente os contatos domiciliares”, destaca Marinélia Ferreira.
Como a tuberculose é uma doença transmissível, explica a diretora, os contatos dos pacientes com a tuberculose ativa devem ser examinados para diagnosticar ou descartar a doença, ou para identificar casos da tuberculose latente, que ocorre quando uma pessoa foi infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, mas ainda não apresenta a tuberculose ativa.
“A rede municipal de saúde oferece o tratamento gratuito tanto para a tuberculose ativa, quanto o tratamento preventivo para evitar que o paciente com a infecção latente venha desenvolver a doença no futuro”, destacou Marinélia Ferreira.
Transmissão
Doença infecciosa e transmissível, a tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões. O principal sintoma é a tosse (seca ou com catarro) e por isso a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas, procurando uma das Unidades de Saúde da rede municipal para a realização de exames. Além da tosse, pode haver a manifestação de outros sintomas: febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
A transmissão da doença ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem iniciar o tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas, ou seja, o bacilo é transmitido pelo ar e a infecção acontece pela respiração.
— — —
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa