Com o uso de drones para produção de imagens de georreferenciamento e localização geoespacial, a Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), fez nova etapa de vistorias de praças e áreas portuárias da capital, no Centro, na quarta-feira, 9/4, para inclusão de imagens e vídeos no trabalho de atualização dos bens listados pelo Decreto Municipal 7.176/2004.
O decreto estabelece o setor especial das Unidades de Interesse de Preservação localizado no centro antigo de Manaus, listando imóveis, área portuária e praças públicas, e está passando por revisão para posterior envio de nova proposta à Câmara Municipal de Manaus (CMM). A revisão completa e com recursos de software, equipamentos e monitoramento em campo acontece quase 20 anos após a primeira legislação.
Hoje, a Gerência de Patrimônio Histórico (GPH) já cobriu mais de 70% da área de monitoramento com base na listagem da lei, iniciando este mês a verificação das praças. Semanalmente, equipes da gerência vão às ruas visitar as unidades para atualização, e o trabalho consiste em identificar quais imóveis e lotes vão permanecer, quais serão retirados e os que podem ser incluídos com base no Decreto 7.176.
“A renovação do decreto vai permitir que se visualize o conjunto arquitetônico que temos após esses 20 anos, em relação à primeira publicação. Teremos um mapa e uma visão do que se tem hoje, do que existe edificado em Manaus, o que foi alterado, demolido, mas também o que não entrou no primeiro decreto e faz parte do conjunto, e será incluído. A importância do documento é exatamente essa, de preservar o que ainda existe e adicionar o que foi mantido. Manaus é uma cidade que cresceu no meio de uma selva”, comentou a arquiteta e urbanista Landa Bernardo, gerente de Patrimônio Histórico (GPH), do Implurb.
Para Landa, a história da cidade foi edificada por meio de construções antigas da primeira parte do surgimento e desenvolvimento de Manaus. “O decreto é importante pela preservação da nossa história edificada como um todo”.
O gerente de Informação e Geoprocessamento (GIG), Luiz Albuquerque, é quem está produzindo as imagens de drone para o trabalho do GPH. “Estamos atualizando o banco de dados, pegando as praças listadas pelo documento. As imagens geradas vão permitir ter uma melhor visão do cadastro dos bens edificados, comparando com imagens de 20 anos, atualizando o cenário. Depois do banco de dados vamos ter o georreferenciamento, tendo as configurações reais do que encontramos em campo”, disse.
Usando exclusivamente o aplicativo ArcGIS Field Maps, técnicos da prefeitura alimentam em tempo real o banco de dados para posterior consulta pública. “Vamos aos locais, registramos as informações, produzimos fotos e referências, e usamos o aplicativo, fornecendo os dados como ano, endereço, se é um bem de competência federal, estadual ou municipal”, explicou Landa.
Sem papel
Com o app, a prefeitura, por meio do Implurb, já eliminou as fichas de cadastro feitas em papel, usadas até então para realizar o mapeamento e monitoramento dos itens. Além de deixar de usar fichas manuais e em papel, o ganho ainda é na precisão de dados, principalmente nos pontos, porque eles são georreferenciados.
A Gerência de Patrimônio tem atendimento presencial às segundas, quartas e sextas (exceto feriados e pontos facultativos), das 8h às 11h, mas denúncias e informações podem ser encaminhadas pelo telefone (92) 3625-6577, de segunda a sexta, no mesmo horário.
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Texto – Claudia do Valle / Implurb
Fotos – Maxwell Oliveira e Luiz Albuquerque (drone)/ Implurb