A Rede Brasileira de Institutos de Planejamento (InREDE) encerrou, neste sábado, 29/3, o encontro “A Cidade e suas Águas”, tendo como um dos destaques o centenário da represa Billings. O evento discutiu estratégias de uso sustentável de áreas de mananciais e de integração dos corpos d’água, como rios e lagos, no cotidiano urbano, com equipamentos como parques e terminais de barcas.
A Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), participou dos debates, com o instituto ocupando a presidência em exercício do grupo. O 10º Encontro da InREDE teve apoio da Prefeitura de São Paulo e o objetivo foi discutir soluções em políticas públicas para a integração de equipamentos e serviços aos recursos hídricos. As atividades contaram com representantes do Ministério das Cidades e de diversas prefeituras e estados do Brasil.
Direto do Edifício Martinelli, um legado do imigrante italiano Giuseppe Martinelli, o primeiro arranha-céu da América Latina, construído nos anos 20, o diretor-presidente do Implurb e presidente em exercício do InREDE, Carlos Valente, contou que a apresentação de Manaus sobre projetos com função sustentável foi destaque e alvo de elogios com as ecobarreiras em igarapés e os parques Amazonino Mendes e o Gigantes da Floresta.
Ele destacou também que o encontro em São Paulo serve como preparatório para a COP30, que acontecerá em novembro, no Pará.
“Ao fazer nossa apresentação, a gente se comparou com outras cidades como São Paulo, que tem iniciativas que ocupam margem de cursos d’água com parques lineares. Em São Paulo mesmo existe uma gestão de mananciais e eles desenvolvem um plano conceitual. Ao ver as nossas ecobarreiras, solicitaram uma cópia dos projetos para terem melhor referencial. Isso é muito significativo para Manaus, porque também mostramos soluções para a contenção de resíduos sólidos nos igarapés e rios da capital”, comentou Valente.
Outro grande diferencial foi o projeto que já soma quase 3 milhões de visitantes, o Gigantes da Floresta, a chamada popularmente “Disney Leste”, construída no entorno da área do Programa de Recuperação Ambiental e Requalificação Social e Urbanística do Igarapé do Mindu (Promindu). “Todo mundo se manifestou e gostaria de conhecer o parque quando houver um evento de Manaus. Vamos produzir uma visita técnica para os interessados, mostrando a capacidade de se elaborar um parque temático, amazônico, com sustentabilidade e que evoca o melhor da nossa autoestima”, afirmou o diretor-presidente.
Abertura
O prefeito paulista Ricardo Nunes destacou a relevância do encontro e o compromisso da cidade com a sustentabilidade, anunciando que somente ano passado, com ações de sustentabilidade, investiram R$ 1 bilhão. “Criamos a Secretaria Executiva do Programa Mananciais (SEPM), para recuperação e revitalização de cursos d’água, envolvendo ainda temas como habitação, tratamento de esgoto, requalificação urbanística, visando melhorar nossas políticas públicas relacionadas ao meio ambiente e à água”, destacou Nunes.
Presente no evento, o cônsul adjunto da Alemanha, Joseph Weiss, enfatizou que o Brasil é uma referência global para o desenvolvimento urbano, especialmente quando se trata deste conjunto de processos participativos em urbanizações em contextos incertos e desafiadores. O país europeu participa de uma iniciativa conjunta com o Ministério das Cidades, o projeto “Cidade Presente – Desenvolvimento Urbano Sustentável (DUS)”, lançado com o objetivo de integrar esforços de planejamento na área.
A programação contou ainda com mesas de debates sobre gestão da água em áreas urbanas e boas práticas de planejamento urbano, apresentando experiências bem-sucedidas de cidades como Manaus, São Paulo, São Luís, Curitiba, Campo Grande, Fortaleza, Santo André, Niterói e Recife.
As atividades tiveram painéis realizados no auditório da SP Urbanismo, no Edifício Martinelli, e terminou ontem com visita técnica ao Cantinho do Céu, projeto de urbanização da Secretaria Executiva do Programa Mananciais.
Billings
A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) iniciou o plantio das cem mil mudas de árvores nativas para criar um novo corredor ecológico de 100 quilômetros de extensão em pontos do rio Pinheiros e do reservatório Billings, em evento que comemora o centenário do reservatório.
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Texto – Cláudia do Valle/Implurb
Fotos – Divulgação/SP Urbanismo