Experiência na floresta e história amazônica encantam público em visita ao espaço cultural

Foto: Gabi Vitim
Na manhã desta terça-feira (13/05), o Museu do Seringal – Vila Paraíso recebeu visitantes de diferentes origens e perfis, em busca de conhecimento, vivência na floresta e imersão na história da região. Como parte da programação da 23ª Semana Nacional de Museus, o espaço ofertou visitas mediadas por guias turísticos e a exibição do filme “A Selva” (2001), filmado no local.
Inaugurado em 2002, o Museu do Seringal – Vila Paraíso está localizado às margens do igarapé São João, no rio Negro, e proporciona aos visitantes uma viagem no tempo até à era do ciclo da borracha. O local, que foi cenário do filme “A Selva”, reproduz uma vila típica dos antigos seringais amazônicos, com casas de madeira, barracões, trilhas e utensílios originais usados na extração do látex.
É possível conhecer desde a casa do seringueiro até a residência dos patrões da época, com objetos que ajudam a contar a história da exploração da borracha e das desigualdades sociais daquele período. O museu funciona de segunda a sábado, das 9h às 15h, e aos domingos até 13h (fecha às quartas), com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Moradores de comunidades próximas têm gratuidade mediante comprovação.

Foto: Gabi Vitim
Cenário de produções audiovisuais
O assessor cultural Luiz Carlos Braga ressaltou a importância do espaço também para o cinema regional. “Estamos no set de gravação do filme A Selva. Mas além dele, outras obras também foram gravadas aqui, como The Land of Gold, uma obra indiana gravada em 2018, e a série Aruanã, gravada entre 2021 e 2022 como original da Globoplay, fora as incontáveis outras obras independentes amazonenses que também usam esse espaço para gravar suas obras”, afirmou.
Encanto e descoberta pela floresta
O encantamento com o espaço vai além da paisagem. Ao caminhar entre árvores centenárias, ouvir sons únicos da floresta e descobrir que o local também foi cenário de filmagens, a fisioterapeuta Fabiana Branco declarou: “Nos sentimos dentro de um filme. Cada detalhe aqui é mágico, e ao mesmo tempo educativo. Para quem vive em uma cidade grande, urbanizada como São Paulo, esse contato com a floresta é algo transformador.”
Fabiana visitou o museu acompanhada de sua mãe, Marise Branco. Vindas de São Paulo e apaixonadas por turismo cultural, mãe e filha chegaram ao museu após uma pesquisa na internet. “A gente sempre busca conhecer a história dos lugares por onde passamos. E o Museu do Seringal apareceu como uma opção que havia sido reaberta há pouco tempo. Quando vi no mapa, pensei ‘como chega lá?’ Depois vimos que havia toda uma estrutura organizada e segura, e todos foram muito atenciosos.”

Foto: Gabi Vitim
Museu como sala de aula viva
Além dos turistas, o Museu do Seringal – Vila Paraíso também recebeu acadêmicos, professores e alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que aproveitaram a programação para realizar uma aula aberta no espaço.
A professora do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, Maria Ione Dolzane, e o professor de Jornalismo Eduardo Gomes, ambos do Centro de Educação a Distância da universidade, levaram alunos da graduação e da pós-graduação para vivenciar, na prática, conceitos trabalhados em sala de aula.
“A visita é parte de dois projetos que desenvolvemos: um de extensão e outro de inovação tecnológica, voltado à criação de acervos didáticos sobre a realidade amazônica. Queremos que esses conteúdos sirvam para alunos de jornalismo, ciências ou qualquer área interessada na nossa região”, explica o professor Eduardo Gomes. “Unimos o conhecimento tradicional e acadêmico com as tecnologias atuais, como redes sociais e plataformas de vídeo, para que essa história seja contada e conhecida.”

Foto: Gabi Vitim
A professora Ione ainda complementa: “Muitos dos nossos alunos, inclusive os de Manaus e do interior, não sabiam da existência do Museu do Seringal. Seria interessante que essa experiência fosse incorporada às práticas pedagógicas, não apenas como passeio, mas como política curricular nas escolas. A floresta é sala de aula, é espaço de pesquisa, é parte da nossa identidade.”
A programação da Semana Nacional de Museus no Museu do Seringal é uma iniciativa do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em diálogo com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
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