Comitê Técnico-Científico do Governo do Amazonas apresenta workshop sobre a situação hidroclimática e tecnologias para o enfrentamento de eventos climáticos e ambientais

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Por Redacao

Dados apresentados por pesquisador apontam, que até o momento, não há indícios de seca severa para 2025 como ocorreu em 2023 e 2024

O Comitê Técnico-Científico (CTC/AM) do Governo do Amazonas, coordenado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), apresentou, nesta sexta-feira (11/07), um panorama sobre a situação hidroclimática no estado e tecnologias para o enfrentamento da estiagem e eventos climáticos e ambientais durante o 7º Workshop Interinstitucional do CTC/AM. O evento foi realizado no auditório Tauató, na sede da Fapeam, no bairro Flores, zona centro-sul de Manaus.

O Workshop reuniu membros do CTC/AM, como a secretária executiva da Secretaria de Estado da Assistência Social e Combate à Fome (Seas), Selma Deane de Lima Melo, o secretário executivo adjunto de Política Agrícola, Pecuária e Florestal do Amazonas (Sepror), Eirie Gentil Vinhote, a secretária executiva da Secretaria de Estado da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Gabriella Leonora Campezatto, o secretário adjunto de Operações da Defesa Civil, Coronel Adson de Souza Ferreira, a assessora de Recursos Hídricos (ASSHID) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Samanta Lacerda Simões, representantes institucionais e pesquisadores.

A diretora-presidente da Fapeam e coordenadora do CTC/AM, Márcia Perales Mendes Silva, ressaltou que a área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) tem se consolidado como eixo transversal no desenvolvimento do Amazonas e no enfrentamento aos desafios regionais, apresentando soluções eficientes, por meio do conhecimento técnico-científico.

“Quando você pensa em possíveis soluções, você precisa do amparo da ciência, da tecnologia e da inovação, e o Comitê tem uma composição bem diferenciada, com 19 instituições do Amazonas, em que todas as instituições de ensino e pesquisa atuam por meio de um protocolo de intenções”, destacou.

Para Márcia Perales, a criação do Comitê reafirma a importância da área de CT&I, especialmente em contribuir com pesquisas para a formulação de pareceres sobre estratégias de prevenção, mitigação e adaptação às problemáticas hidroclimáticas e suas consequências.

Previsão do LabClim

Segundo o pesquisador do Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre (LabClim), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Leonardo Vergasta, aliar a ciência para dar um parâmetro e visão ampla para o Governo do Estado no enfrentamento às mudanças climáticas e eventos extremos é fundamental, conforme foi observado nos anos de 2023 e 2024.

“O LabClim vem trabalhando já há bastante tempo nesse sentido, onde a gente conseguiu, através de dois doutorados, trazer essa expertise da ciência para algo mais operacional, no qual a gente possa de fato trazer uma visão ampla e conseguir fazer as previsões com antecedência, tanto de eventos relacionados à seca, como também das inundações que vêm ocorrendo dentro do estado do Amazonas nos últimos anos”, disse o pesquisador.

Durante o workshop, a previsão do LabClim é que nas bacias do Juruá e do Javari as chuvas devem ficar abaixo da normalidade, em julho. Em contrapartida, bacias localizadas mais ao norte, como do Rio Negro e até mesmo a região central, pegando a capital Manaus, assim como bacias do Içá e Japurá, a expectativa é de que as chuvas fiquem acima da normalidade neste mês.

Conforme Leonardo, até o momento não há indícios de seca severa para 2025, como ocorreu em 2023 e 2024. A previsão é de vazantes dentro da normalidade. Em relação à temperatura, numa previsão para 60 dias, o levantamento aponta que na região sul do Amazonas, incluindo os municípios de Apuí, Lábrea, regiões do baixo Madeira e Purus, as temperaturas irão ficar acima da normalidade, o que traz um alerta para focos de incêndios nessa região do estado.

Workshop do CTC/AM

De acordo com o Coronel Adson de Souza Ferreira, secretário adjunto de operações da Defesa Civil do Estado do Amazonas, o workshop promovido pelo Comitê Técnico-Científico é essencial para transformar os estudos em políticas públicas e melhorar as respostas aos eventos climáticos.

Durante a exposição da Defesa Civil do Amazonas foram apresentadas as plataformas de monitoramento de dados de inundações, estiagem, queimadas e outras informações hidrometeorológicas acompanhadas pelo órgão.

“Nos últimos anos, a gente tem percebido uma recorrência maior de eventos ambientais. Aqui no caso do Amazonas, de maneira muito mais severa, trazendo impactos significativos para nossa região, principalmente a gente que depende dos rios para fazer praticamente tudo. O workshop é de suma importância, porque vem apresentar alguns trabalhos realizados pelo Comitê Técnico-Científico para se tornar políticas públicas”, destacou o secretário adjunto de operações da Defesa Civil do Estado do Amazonas.

Tecnologias

Durante o workshop, também foram apresentados dois projetos “O uso eficiente do Nitrogênio utilizando Inoculantes Multifuncionais em milho e braquiária no Amazonas”, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Ocidental), e a “Transferência de Tecnologias Sustentáveis para a Produção de Produtos Desidratados, Fomentando a Bioeconomia e Enfrentando as Mudanças Climáticas”, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), ambos selecionados na Chamada Pública nº 001/2024 – “Credenciamento de Instituições para Transferência não Onerosa de Tecnologias Voltadas ao Enfrentamento da Estiagem e Eventos Climáticos e Ambientais do Estado do Amazonas” .

O projeto da doutora em Biotecnologia, do Inpa, Francisca das Chagas do Amaral Souza, propõe o uso de tecnologias sustentáveis no processamento de frutos regionais, como cupuaçu, açaí, pitaya, banana e abacaxi. A iniciativa propõe reduzir o desperdício, manter o valor nutricional dos alimentos e gerar renda para comunidades locais.

Outro destaque do workshop foi a pesquisa coordenada pelo doutor em Microbiologia Agrícola e do Ambiente, da Embrapa Amazônia Ocidental, Aleksander Westphal Muniz, que mostrou o uso de inoculantes multifuncionais no cultivo de milho e braquiária. A técnica melhora a tolerância das plantas à seca e pode ser aplicada em áreas de pastagem degradadas. Além disso, contribui diretamente para a sustentabilidade ambiental, fortalece a competitividade do agronegócio, sobretudo em áreas sensíveis como o sul do Amazonas.

Sobre o CTC/AM

O CTC/AM é um órgão colegiado, criado pelo Decreto nº 49.766, de 5 de julho de 2024, que reúne especialistas para assessorar o Comitê de Enfrentamento à Estiagem e Eventos Climáticos e Ambientais no Amazonas.

Desde sua criação, o CTC/AM já realizou 7 Workshops e 10 Reuniões Ordinárias. Também foram elaborados cinco pareceres com 97 recomendações encaminhadas e aceitas pelo Comitê de Enfrentamento à Estiagem e Eventos Climáticos e Ambientais no Amazonas.

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