O combate ao feminicídio será tema de debate na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio da escola do Legislativo Senador José Lindoso, com o programa “Educando pela Cultura”.
O evento, que terá como temática “Uma discussão sobre a violência contra a mulher, da origem ao feminicídio”, será realizado no dia 20 de agosto, às 9h, no auditório Senador João Bosco. O público-alvo são estudantes universitários.
Entre as debatedoras estarão a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM), Maria Auxiliadora Brasil; a psicóloga, professora e mestre Luziane Varella (Faculdade Nilton Lins); a doutora Leda Mara Nascimento Albuquerque, do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM); e a professora PhD Lidiany Cavalcante (Faculdade Nilton Lins).
Desde a aprovação da lei que tipificou o crime de feminicídio, há dez anos, o Brasil já registrou pelo menos 11.882 vítimas, segundo dados atualizados até janeiro de 2025, fornecidos pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, do Ministério da justiça e Segurança Pública (Sinesp).
Segundo a coordenadora do Núcleo de educação e Pesquisa em direitos humanos da escola do Legislativo, Jacy Braga, o mês de agosto será dedicado à discussão sobre o combate à violência contra a mulher, tendo como destaque o Dia Nacional de Combate ao feminicídio, celebrado em 29 de agosto.
“Neste mês, a atividade do Educando pela Cultura será voltada para a temática do feminicídio. O Anuário da violência mostra o crescimento dos casos de violência contra a mulher. A cada duas horas, uma mulher é morta no Brasil. O número de casos de violência sexual também aumentou, sendo que a faixa etária mais afetada é a partir dos 13 anos, principalmente meninas negras e com baixa escolaridade”, alertou.
Jacy Braga acrescentou que mais de 76% das vítimas vivem em situações de vulnerabilidade emocional, financeira, social e, em alguns casos, psicológica.
“Há também um número significativo de vítimas de violência sexual na terceira idade. Quando analisamos o mapa das dez cidades com maior índice de feminicídios e estupros, percebemos que são localidades onde houve maior flexibilização para a aquisição de armas de fogo. O que está acontecendo no país é um retrocesso cultural. Estamos regredindo a um estado mais primitivo, onde o espaço para o diálogo dá lugar à agressividade”, concluiu.