O deputado estadual Comandante Dan (Podemos) propôs, nesta terça-feira (16/9), a criação de uma comissão mista para acompanhamento das questões minerais no Amazonas. A proposta acontece no momento em que a polícia Federal realiza operação nas cidades de Humaitá e Manicoré , na região Sul do Estado, com explosão de balsas de garimpo ilegal.
“A cena das balsas sendo explodidas na orla de Humaitá é chocante e nos põe em alerta para a poluição do ar e do rio causada por aquele episódio. Não resta dúvida que aquilo causará impacto ao meio ambiente”, alertou o parlamentar.
A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) possui a Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e saneamento, presidida pelo deputado Sinesio Campos (PT), mas o deputado Dan considera que a situação ultrapassa apenas a questão técnica:
“Para a segurança pública, a questão é crucial. Temos o narcogarimpo, que avança sobre o meio ambiente. Temos também a questão da evasão de divisas, com o contrabando de ouro. Há interesse da Comissão de Assuntos Econômicos, já que a mineração familiar tem impactos sobre a economia do Estado e a renda do cidadão. A Comissão de Meio Ambiente tem todo interesse no assunto e a própria Comissão de Geodiversidade necessita de suporte, para desenvolver suas atividades”, disse.
O parlamentar expressou preocupação com as pessoas que desenvolvem a lavra mineral familiar para a sobrevivência. A Comissão, segundo Dan Câmara, também terá a finalidade de encontrar caminhos para apoiar os cidadãos trabalhadores, evitando que eles paguem por aqueles que praticam crimes.
A polícia Federal destruiu 71 dragas (embarcações de garimpo) no Rio Madeira, entre Humaitá e Manicoré, no Amazonas, em 15 de setembro de 2025, como parte da operação “Boiúma” para combater o garimpo ilegal e seus impactos ambientais e sociais, como o uso de mercúrio e a ameaça a comunidades ribeirinhas.
A operação contou com apoio da Força Nacional e do Ministério Público do trabalho (MPT), sendo que a destruição dos equipamentos com explosivos causou protestos e confronto com moradores que alegam que a ação afeta as comunidades locais.