Comandante Dan afirma que população do rio Solimões não tem garantia de segurança pública nem acesso à água potável

Reporter da Cidade

A passagem pela Comunidade Cuia Grande, no município de Anamã, marcou na sexta-feira (1º/8) o encerramento da Caravana #FocoNaMissão, liderada desde 12 de julho pelo deputado estadual Comandante Dan (Podemos).

A viagem fluvial teve como objetivo prestar contas dos dois anos e meio de mandato e, principalmente, ouvir as demandas da população.A calha do rio Solimões foi escolhida por ser a mais populosa do estado, depois da Região Metropolitana de Manaus (RMM).

Ao fazer um balanço da ação, o parlamentar relatou.

“Percorremos cerca de 1.609 km, por via fluvial, visitando 21 municípios e 42 comunidades rurais. Estivemos embarcados em um barco regional, vivenciando as condições enfrentadas pela nossa gente no dia a dia. Saio da caravana com o espírito público ainda mais fortalecido. Infelizmente, também saio mais consciente de que as dificuldades enfrentadas pela população chegam a ser absurdas. Com base no que vi e ouvi, vamos propor projetos de lei, apresentar requerimentos indicativos, emendas impositivas e mobilizar movimentos populares”, avaliou.

Segundo Comandante Dan, as prioridades identificadas na região do Solimões são: acesso à água potável, segurança pública e apoio à produção local, com incentivo à geração de trabalho e renda.

“Além da densidade populacional, pesou na escolha da calha do Solimões o impacto do crime organizado, sobretudo na faixa de fronteira. O cenário que encontrei, especialmente no médio e alto Solimões, é muito pior do que eu imaginava. Há comunidades inteiras reféns de facções transnacionais, fortemente armadas, em áreas sem qualquer presença efetiva do Estado: postos policiais precários ou abandonados, efetivo insuficiente, ausência de comunicação. Se nas sedes municipais a situação já é crítica, imagine nas zonas rurais. Estamos perdendo essa guerra para o crime organizado, inclusive no aspecto ambiental, com facções patrocinando a devastação da floresta”, constatou.

O parlamentar também destacou a gravidade da falta de acesso à água potável. Segundo ele, em cerca de 90% das comunidades visitadas não há poços artesianos ou a água disponível é imprópria para o consumo. Durante o período de vazante,  agravado pelas secas históricas de 2023 e 2024, a situação se torna ainda mais crítica.

Comandante Dan é autor da Lei nº 7.428/2025, que trata da segurança hídrica no Amazonas.

“A lei foi inicialmente vetada pelo Executivo, sob a justificativa de que já existem legislações que garantem essa segurança. Conseguimos derrubar o veto em plenário. E, após 21 dias embarcado no rio, visitando 42 comunidades rurais, afirmo com toda convicção: hoje, ninguém está garantindo segurança hídrica à nossa gente. Falta água para beber. Essa é a realidade”, disse.

O deputado também enfatizou a necessidade urgente de investimento em infraestrutura e assistência técnica voltada aos produtores rurais, pescadores e agricultores, além de políticas voltadas à geração de renda nos municípios do interior.

Realidade da Cuia Grande

Na Comunidade Cuia Grande, a principal reivindicação é a construção da estrada Anamã–Cuia, considerada essencial para o escoamento da produção local e o deslocamento dos moradores.

 A obra, prometida há anos, nunca foi executada. A comunidade, com cerca de 500 habitantes, também enfrenta constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica, dependendo frequentemente de geradores para ter acesso à luz.

A falta de água potável é outro problema grave, que compromete diretamente a saúde e o bem-estar da população.

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