Carnaval na Floresta: Escolas do grupo especial levam para avenida desfiles grandiosos na disputa pelo título de campeã 

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Por Redacao

As oito escolas do grupo especial deram um show na avenida, encerrando os desfiles no Sambódromo de Manaus

Fotos e Imagens: SecomA abertura dos desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial, neste sábado (03/02) foi com um desfile simbólico que reuniu a Corte do Carnaval 2024; a Kamélia, boneca-símbolo do Carnaval de Manaus; o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz; o secretário executivo de Cultura e Economia Criativa, Cândido Jeremias, e o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Amazonas (Liesa-AM), Roberto Simonetti Filho. O desfile foi embalado pelo som de antigas marchinhas de Carnaval tocadas pela banda da Polícia Militar do Amazonas.

O secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, lembrou que os espetáculos apresentados no Sambódromo pelas Escolas de Samba são o grande carro-chefe, mas não são as únicas ações do Carnaval na Floresta, realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. 

“Nós teremos ainda o Carnaboi, estamos apoiando dezenas de bandas e blocos em todo o estado, além de uma série de atividades, como o Carnaval do Povão, que vai acontecer na Zona Norte e na Zona Leste. Tudo isso para que a gente possa ter os foliões aí se divertindo, muitos profissionais envolvidos em cada atividade dessa data que já é tradicional no calendário cultural do nosso estado”, afirmou Marcos Apolo

Fotos e Imagens: SecomNa Passarela do Samba

Abrindo o desfile competitivo, a Unidos do Alvorada trouxe a causa do povo negro para a avenida. Com um enorme navio negreiro como primeiro carro alegórico, a escola desfilou o enredo “Adetutu – O Sonho de uma Mãe Africana”, inspirado na obra “Contos e Lendas Afro-Brasileiros – A Criação do Mundo”, de Reginaldo Prandi, o enredo contou a história da criação do mundo sob a ótica da cosmogonia africana.

Passeando pelas searas da sabedoria e da inteligência, a Andanças de Ciganos começou seu desfile na Grécia Antiga para desenvolver o enredo “Sophia – A Arte da Sabedoria”, e terminou com um carro alegórico tecnológico, com telão de led, para mostrar até onde a inteligência e a sabedoria trouxeram a humanidade. A escola mostrou que a inventividade humana é fruto do saber e que, por isso, a educação tem papel fundamental na evolução de um povo.

A terceira escola a realizar seu desfile foi a Vila da Barra, que homenageou em seu enredo a entidade Zé Pilintra, figura folclórica e espiritual muito conhecida nas tradições afro-brasileiras. A apresentação, inspirada na obra literária “Zé Pilintra: O Rei da Malandragem”, referenciou diversos elementos relevantes na história do personagem, com direito à roda de capoeira e fantasias retratando jogos como dados e cartas. Infelizmente, a escola acabou ultrapassando o limite máximo de 70  minutos, passando pela avenida em uma hora, dez minutos e 29 segundos, e deve perder um décimo de sua pontuação, de acordo com o regulamento.

A escola de samba Reino Unido da Liberdade trouxe o enredo “Matriarcas”, que celebra o poder e a sabedoria das mulheres que exercem o forte papel de figuras maternas. O desfile apresentou em sua primeira alegoria a figura “Mãe Terra”, e deu continuidade ao espetáculo representando as mais diversas figuras de mães ao redor do mundo. Em uma apresentação vibrante e cheia de cores, a agremiação destacou a importância dessas mulheres em diferentes sociedades, reverenciando suas contribuições e narrativas.

Atual bicampeã do Grupo Especial do Carnaval de Manaus, a Mocidade Independente de Aparecida desfilou em busca do tricampeonato. Com o enredo “O Madeira é Testemunha. A Floresta, o Berço. Luta, Suor e União para a Eternidade. Aparecida vem mostrar a Saga da Família Cidade”, a escola contou a história da família, aproveitando para exaltar a amazonidade de todas as famílias que migram do interior para a capital.

A Grande Família levou para a avenida um clamor pela preservação da fauna, da flora e dos povos nativos. Ao longo dos 70 minutos, a Gigante da Zona Leste, defendeu o enredo “Kianumaka-Manã – a Protetora da Floresta”. Com o saudosismo de quem perdeu no ano passado um dos maiores entusiastas e fundador da escola, Luiz Gilberto, a comunidade vermelha e branca saiu com garra em busca do título.  

Penúltima escola a adentrar a Avenida do Samba, a Vitória Régia também levantou a bandeira da necessidade de preservação e reciclagem. Com o enredo “Arte e Magia, Samba e Reciclagem: Na Natureza Nada se Cria, Nada se Perde, Tudo se Transforma”, a Verde e Rosa entrou com os integrantes da Comissão de Frente caracterizados de árvore e continuou durante todo o desfile com alegorias e fantasias que utilizaram muitos materiais recicláveis. O recado foi claro: sem preservação, não há vida e, sem vida, não há samba, Carnaval e desfiles.

A última escola a desfilar, na manhã de domingo, a Dragões do Império contou a saga do povo africano escravizado e clamou por liberdade. Estreante do grupo especial, a escola do bairro de São Jorge, levou para avenida o enredo, “Baobá-Rompendo as Correntes da Escravidão”, representada por carros alegóricos imponentes, alas coreografadas e fantasias representativas. 

Na segunda-feira (05/02), serão conhecidas as campeãs do Carnaval de Manaus 2024. No Sambódromo, às 10h, acontece a apuração das notas das escolas de Acesso A e B e, às 14h, do Grupo Especial. 

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