Balanço da SES-AM mostra que os hospitais vêm recebendo pacientes com doenças que deveriam ser tratadas na Atenção Básica

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Por Redacao

De janeiro a julho, os seis HPSs da rede estadual de saúde atenderam 308.316 pacientes, sendo 41,15% casos de baixa complexidade

Balanço apresentado dos atendimentos realizados de janeiro a julho deste ano, nos Hospitais e Prontos-Socorros (HPSs) infantis e adultos do Governo do Amazonas, na capital, mostra que continua alto o número de casos recebidos classificados como de baixa complexidade, típicos de Atenção Básica. O balanço da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) aponta que são quadros de agravamento de doenças que deveriam ser tratadas e acompanhadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município, como amigdalite, gastroenterite, resfriado, controle da pressão arterial, glicemia, entre outras.

A portaria nº 221, de 2008, do Ministério da Saúde (MS), considera 19 agravos na Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária. Ou seja, são doenças que, ao darem entrada na urgência e emergência, fazem acender o sinal de alerta indicando que há problemas no fluxo do atendimento básico, que é porta de entrada para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre elas, estão as já citadas e que vêm sendo recebidas na rede de urgência e emergência do Estado.
A secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, ressalta que quando analisados os dados de atendimento da rede de urgência e emergência, é nítido o grande número de casos de doenças preveníeis ou que, quando tratadas, não evoluem para situações graves e de internação. “Essa análise é importante para não haja sobrecarga na estrutura de urgência e emergência do Estado”, destaca.
De janeiro a julho deste ano, segundo ela, os seis HPSs infantis e adultos da rede estadual de saúde realizaram 308.316 atendimentos. Os casos classificados como de baixa complexidade chegaram a 126.876, ou seja, 41,15%. Desse total, foram 172.057 nas unidades de emergência para adultos (28 de Agosto, Dr. João Lúcio Pereira Machado e Dr Aristóteles Platão Bezerra de Araújo) e 136.059 nos hospitais infantis (HPSC Zona Leste, Zona Sul e Zona Oeste).
Do total de atendimentos nos HPSs para adultos, 40.826 (23,72%) foram classificados com as cores azul e verde, que, conforme o Protocolo de Manchester, método adotado pelo Ministério da Saúde, indicam baixa complexidade. Nas unidades infantis foram 86.050 (52,77%) com esse perfil, mais da metade dos pacientes recebidos.
Somente em julho, foram 51.390 atendimentos nos HPSs infantis e adultos, na capital. Os casos de baixa complexidade chegaram a 23.040, ou seja, 44,83% dos pacientes recebidos, uma média de 768 pessoas por dia nessa condição.
Nayara Maksoud observa que, por serem unidades de portas abertas, os prontos-socorros não deixam de atender nenhum paciente que procura a rede. Porém, diz ela, é preciso que os dados sejam analisados em conjunto com o município, para que o sistema de urgência e emergência possa, de fato, concentrar seus esforços – equipe médica, insumos e medicamentos – aos pacientes que precisam desse tipo de atendimento. “Quando os hospitais passam a receber um grande volume de pessoas que poderiam ser atendidas nas UBSs, há um impacto no atendimento, com sobrecarga das equipes”, frisa.
Segundo Nayara Maksoud, entre os fatores que podem estar relacionados à procura dos pacientes pelos prontos-socorros, em situações que não são de emergência, está, muitas vezes, na agilidade do diagnóstico, com exames entregues com brevidade, sem que haja necessidade de nova consulta.
“Todo esse cenário reforça a necessidade de repensar a organização de equipamentos de saúde da rede de atenção primária, dispondo por exemplo, de exames laboratoriais e de imagem, sendo realizados e com resultados entregues com maior brevidade, além do funcionamento em horários alternativos de maior demanda nos HPS. São soluções que podem garantir o acesso da população ao sistema de saúde de maneira ágil e eficiente”, afirmou.

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