Adjuto Afonso e colegas parlamentares criticam ação ‘brutal’ da Polícia Federal em garimpo de Humaitá

Reporter da Cidade

Em discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta terça-feira (16/09), o deputado Adjuto Afonso (UNIÃO Brasil), vice-presidente do parlamento estadual, repudiou a forma como foi conduzida a recente operação da polícia Federal sobre o garimpo ilegal no Rio Madeira, em Humaitá. A cerca de 590 quilômetros de Manaus, o município foi palco de uma ação que, segundo ele e demais colegas parlamentares, ultrapassou os limites do necessário para reprimir atividades ilegais.

Adjuto Afonso não negou a necessidade de combate ao garimpo ilegal, ele afirmou que a ilegalidade precisa sim ser enfrentada, porém, segundo ele, a atuação da PF foi excessivamente agressiva e/ou desproporcional.

“A operação ocorreu enquanto havia moradores muito próximos da zona da ação, inclusive embarcações e outras pessoas usando o rio. Essa brutalidade que eles fazem merece repúdio, por ter outra forma de coibir esse tipo de extração de minério naquela região”, disse.

O deputado também destacou que, embora existam mandados judiciais para a destruição das dragas, protocolos que envolvem explosivos e destruição ao lado de áreas habitadas exigem cuidado especial.

O parlamentar teve em sua fala, a companhia dos deputados Roberto Cidade (UNIÃO Brasil), presidente da Aleam, Rozenha (PMB), Delegado Péricles (PL), Wilker Barreto (PMN), Comandante Dan (Podemos) e João Luiz (Republicanos), que repudiaram veementemente a ação da polícia Federal.

A operação

A ação, realizada na segunda-feira (15/9), envolveu PF, Força Nacional e outros órgãos federais. A justiça Federal do Amazonas determinou a destruição de dragas (balsas de garimpo) usadas para mineração ilegal no trecho do Rio Madeira entre os municípios de Humaitá e Manicoré.

Dados oficiais indicam que 71 dragas foram destruídas no Amazonas. Em Rondônia, houve também destruição de balsas, ao todo são reportadas 95 balsas ou dragas destruídas nas áreas atingidas pela operação, entre os dois estados.

Moradores relataram que a destruição ocorreu na orla de Humaitá, usando explosivos, o que gerou nuvens de fumaça, barulho intenso e medo entre a população. Há relatos ainda de uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersão de quem tentava se aproximar ou protestar.

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