A favelização do Amazonas se relaciona diretamente à violência, afirma Comandante Dan

Reporter da Cidade

O deputado estadual Comandante Dan (Podemos) deu visibilidade, nesta terça-feira (9/12), ao “Censo Demográfico 2022: Características urbanísticas do entorno dos domicílios nas Favelas e Comunidades Urbanas”, publicado recentemente pelo Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE). O documento aponta que o Amazonas reúne mais de 400 mil domicílios em áreas consideradas favelas. Segundo o deputado, a situação tem relação direta com o avanço das facções criminosas no Estado.

Podemos fazer uma relação direta do material publicado pelo IBGE com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública com a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que afirmam que o CV (Comando Vermelho) tem hegemonia no Amazonas. Temos falado insistentemente que a qualidade de vida da população gera maior ordem pública. E o inverso também é verdade. Onde o poder público não se faz presente, as organizações criminosas avançam para a instalação de uma governança criminal”, afirmou o parlamentar, que é policial militar da reserva e ex-comandante da polícia Militar.

De acordo com o estudo mencionado, o Amazonas possuia 453,1 mil domicílios com 1,4 milhão de moradores em favelas e comunidades urbanas, num total de 32,5% de toda a população amazonense. Ao todo, o IBGE identificou e mapeou 398 favelas e comunidades urbanas no Amazonas. Do total de domicílios do Amazonas localizados em favelas e comunidades urbanas, 86% estavam em Manaus. A capital sozinha detinha 60% das favelas e comunidades urbanas do Estado.

O IBGE utiliza o termo “Favelas e Comunidades Urbanas” (anteriormente “Aglomerados Subnormais”) e classifica uma área com base em um conjunto de critérios que caracterizam a ocupação irregular e a carência de serviços públicos essenciais.  São considerados:  ocupação irregular, serviços públicos precários, padrão urbanístico irregular e localização em áreas de risco. Os critérios refletem a incompletude das políticas governamentais e a vulnerabilidade das populações que ali vivem.

O Comandante Dan destacou que atualmente o crime organizado obtém uma parte significativa e, em alguns casos, a maior de sua receita de atividades que, embora integradas na economia formal, são executadas de forma ilícita, como o contrabando e a sonegação fiscal em setores lícitos:

“Onde não há a presença do poder público, da autoridade pública, eles exploram, desde a venda de bujões de gás de cozinha, à venda de acesso à internet. No interior, eles patrocinam grande parte dos crimes ambientais, como grilagem, garimpo, pesca e extração de madeira ilegais. É uma guerra de ocupação, o que tem gerado uma governança criminal paralela em várias áreas do Amazonas. Repito, enquanto não adotarmos um plano emergencial e coordenado entre as diferentes esferas de poder, contando com a UNIÃO nas áreas de fronteiras e dívidas, estaremos enxugando gelo. Mas é urgente o Estado investir em qualidade de vida à nossa gente”, finalizou.

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