Nesta terça-feira (2 de dezembro), o vereador Sérgio Baré (PRD) comentou, em plenário na Câmara Municipal de Manaus (CMM), a declaração do delegado Marcelo Martins sobre o caso da morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, após receber medicação no pronto-socorro. Segundo o delegado, a conduta está sendo investigada como possível “dolo eventual”, onde há culpa pelo crime, mesmo sem intenção direta.
Baré afirmou que a responsabilidade pelo ocorrido não se limita à profissional que prescreveu o medicamento. Para o parlamentar, a falha começa no momento em que o hospital contrata uma médica sem formação específica em pediatria para atuar no atendimento infantil. Ele defendeu que a gestão da unidade também seja alvo direto das investigações.
“O hospital sabia do risco ao colocar uma profissional sem expertise para atender crianças. Os profissionais de saúde devem responder pelos seus atos, mas quero ver a mesma firmeza em relação à unidade de saúde, a quem contratou. É necessário que as investigações cheguem ao hospital de forma objetiva”, declarou o vereador.
O Conselho Regional de Farmácia (CRF-AM) também divulgou nota após vistoria na unidade. O órgão informou que não havia farmacêuticos suficientes para a análise prévia das prescrições emitidas nas farmácias satélites do pronto-socorro e do centro cirúrgico. Segundo o relatório, não houve participação de profissional farmacêutico na dispensação do medicamento envolvido no caso.
A médica responsável pelo atendimento, Juliana Brasil Santos, reconheceu que prescreveu adrenalina na veia da criança. A informação consta no relatório do hospital enviado à polícia Civil. De acordo com os pais, Benício morreu após receber uma dosagem incorreta entre a noite de sábado (23) e a madrugada de domingo (24 de novembro). A denúncia foi formalizada na terça-feira (25 de novembro).
Texto: Carol Veras (assessoria de imprensa do parlamentar)