Para o Comandante Dan é urgente a aplicação de um plano emergencial de segurança pública ao Amazonas

Reporter da Cidade

Após a segunda noite consecutiva de desordem civil no bairro da Compensa, zona oeste de Manaus, o deputado estadual Comandante Dan voltou a defender a adoção de um plano emergencial para a segurança pública do Estado. “Os atos foram ocasionados pela operação policial na cidade do Rio de Janeiro, quando membros amazonenses da facção criminosa Comando Vermelho (CV) foram mortos”, afirmou.

O parlamentar defende a tese da adoção de um plano emergencial desde maio de 2023. “O enfrentamento dos membros da facção às forças de segurança, a barricada na Avenida Brasil e uma série de outras manifestações criminosas não podem ser vistas como atos corriqueiros”, declarou. “Isso é uma espécie de medição de forças; elas sinalizam a necessidade de ações imediatas e continuadas; e, o que é pior, temos a mania de achar que o Amazonas todo está em Manaus, é uma miopia de planejamento; acreditamos que tudo de relevante acontece em Manaus, mas não funciona assim”, disse. “Agora mesmo, neste mês de outubro, uma operação policial prendeu pessoas em Tefé por envolvimento em ações do chamado tribunal do crime; isso é o indício de uma presença ostensiva de facções criminosas na área e de governança criminal”, completou.

Durante o recesso parlamentar de julho de 2025, o deputado percorreu em caravana fluvial a calha do rio Solimões, de Tabatinga até Manacapuru, na Região Metropolitana de Manaus; “a presença e o domínio criminal no interior são tão ou mais expressivos que na capital, consideradas as proporções populacionais”, afirmou. Contudo, o parlamentar destacou que nas cidades do interior a violência raramente vira ocorrência.  “isso porque ela não é evidenciada e praticada a partir de crimes mais perceptíveis, como o homicídio; há uma ‘cifra negra’ enorme”, observou.

O termo “cifra negra” refere-se à quantidade de crimes que não são registrados oficialmente, resultando em uma diferença entre a criminalidade real e as estatísticas formais.

“Saiam às ruas em Manaus, vão às paradas de ônibus e perguntem se alguém se sente seguro; vejo as autoridades comemorarem a queda dos números da violência no Amazonas, ou seja, os registros formais de ocorrências criminosas; mas isso não PODE nos iludir”, advertiu.

“O Estado do Rio de Janeiro não aparecia, nas estatísticas nacionais, como um dos primeiros em taxas de mortes violentas intencionais (MVIs), sempre superado por estados do Norte e do Nordeste; porém, a população carioca sentia o oposto; conversei com professores universitários residentes na capital fluminense que me disseram que a tensão nos últimos meses se tornou insuportável. Ouvi coisas como ‘andar com celular no Rio virou sinônimo de quero perder e há aumento significativo de furtos de motos em qualquer lugar, qualquer motoqueiro é suspeito’, e as estatísticas não mostravam isso”, relatou.

A primeira vez que o deputado Comandante Dan propôs ao Executivo Estadual um plano emergencial para conter a crise e a escalada da violência no Amazonas foi no início de maio de 2023.  “Naquela época, repercuti a morte do jovem Washington Souza, que voltava de um show na Arena da Amazônia e foi baleado no bairro da UNIÃO, em Manaus, após se recusar a obedecer a uma ordem de narcotraficantes e abaixar a janela do carro; a ocorrência foi apenas uma das muitas registradas naquele período”, relembrou.

O parlamentar chegou a encaminhar requerimentos indicativos ao Governo do Estado e ao Ministério da Segurança Pública (MSP), propondo a medida.

Um plano emergencial de segurança é um conjunto de procedimentos e diretrizes estabelecidos para lidar com situações de crise ou desastres que representem risco significativo à ordem pública, à segurança da população ou ao patrimônio público. “A principal função do plano é permitir uma resposta rápida e eficiente em momentos de escalada de violência, crises humanitárias, desastres naturais de grande magnitude ou qualquer outra ocorrência que exija ações coordenadas imediatas das diferentes esferas de governo”, explicou.

Para o parlamentar, há situações de sobra, comprovadas por estudos e pesquisas, ligadas ao avanço das facções criminosas transnacionais, que justificam a adoção do plano emergencial.

Segundo o Comandante Dan, são componentes-chave do plano emergencia: identificação e avaliação de riscos; definição de competências e responsabilidades; estabelecimento de protocolos de ação imediata; alocação eficiente de recursos; estruturação de um plano de comunicação; implementação de uma cadeia de comando unificada; previsão de simulações e treinamentos e criação de mecanismos de monitoramento e avaliação.

Em outubro de 2023, o deputado encaminhou ao governador do Amazonas e ao então secretário de Segurança Pública (SSP), bem como ao então ministro da justiça e Segurança Pública (MJSP), o documento intitulado “Memória Justificativa para Acionamento de Providências Emergenciais”, sugerindo a adoção do plano emergencial e oferecendo propostas para sua implantação.

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