“Uma discussão sobre a violência contra a mulher: da origem ao feminicídio” foi o tema do debate realizado nesta quarta-feira (20/8), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio da escola do Legislativo Senador José Lindoso.
O evento, parte da programação do Educando pela Cultura, ocorreu no auditório Senador João Bosco Ramos de Lima e reuniu servidores da Aleam, além de estudantes de Psicologia e Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da UniNilton Lins.
Participaram do encontro a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), Maria Auxiliadora Brasil; a psicóloga, professora e mestre Luziane Varella (Faculdade Nilton Lins); e a professora PhD Lidiany Cavalcante (Nilton Lins). Um dos momentos mais marcantes foi a apresentação teatral da professora e historiadora Francy Júnior, que encenou situações de violência física e psicológica sofridas por mulheres, com ênfase em traumas que se iniciam ainda na infância. O segundo momento do evento está previsto para o dia 29 de agosto.
O diretor da escola do Legislativo, Jander Lasmar, destacou a relevância de debater o feminicídio no âmbito da Aleam. Para ele, é fundamental que a Casa Legislativa participe, por meio da escola, das discussões sobre grandes temas da sociedade, sendo a violência contra a mulher uma pauta prioritária.
“A Aleam não PODE ficar de fora. Por meio do programa Educando pela Cultura, vamos tratar de questões como um alerta para que a sociedade reflita que a violência está em todos os lugares. E, contra a mulher, é ainda mais grave, já que a grande maioria delas são as principais provedoras da família”, afirmou.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de educação e Pesquisa em direitos humanos da escola, pedagoga Jacy Braga, a roda de debates sobre feminicídio foi considerada um sucesso.
“A atividade de hoje foi concluída com êxito, e espero que os participantes tenham apreciado. Alcançamos nosso objetivo de oferecer informação de qualidade, embasada em pesquisas e teses de todo o Brasil e do exterior, abordando a diversidade de gênero e os direitos da mulher”, destacou.
A ex-presidente do Cedim, professora e mestre em educação, Maria Auxiliadora Brasil, também abordou a violência contra mulheres no ambiente digital.
“O que penso é que a internet se tornou uma terra sem lei. É muito fácil difamar uma pessoa e espalhar mentiras. Conheço pelo menos três vítimas da violência virtual. Como professora, oriento: não acessem essas páginas. Há uma disputa intensa entre redes sociais, como o Instagram, grandes empresas de tecnologia e o governo brasileiro”, ressaltou.
A estudante do 6º período de Psicologia da Faculdade Nilton Lins, Noemia Maria, relatou que se emocionou muito durante as discussões.
“Durante muitos anos, e até séculos, as mulheres não tiveram espaço para falar. É na infância que começamos a compreender como funciona a violência. Fiquei profundamente emocionada com a forma didática da apresentação artística. O que vimos aqui será muito importante para a minha formação profissional”, disse.