A jornalista e pesquisadora Paula Litaiff, mestre pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), tornou-se alvo de perseguição após apresentar uma dissertação de mestrado que aborda a resistência feminina no Parque das Tribos, em Manaus. O trabalho, que deu visibilidade à luta de mulheres indígenas urbanas contra as múltiplas formas de opressão, foi elogiado pela banca examinadora e pelo meio acadêmico.
Intitulada “A luta pela conquista do poder feminino no Parque das Tribos: o corpo da mulher indígena como território de resistência”, a dissertação apresenta uma leitura sensível e politicamente engajada das estratégias de enfrentamento construídas por essas mulheres. O vídeo-documentário resultante da pesquisa, disponível no YouTube do PPGSCA, revela como essas lideranças desafiam o silenciamento histórico e afirmam seu lugar no espaço urbano e nas decisões políticas.
A repercussão do trabalho, entretanto, provocou ataques e perseguições à autora, que é também fundadora da Revista Cenarium e uma voz respeitada do jornalismo amazônico. Com forte atuação na cobertura de pautas como violência, segurança pública e direitos humanos, Litaiff ganhou projeção internacional ao participar do documentário “Bandidos na TV”, da Netflix.
O episódio reacende o debate sobre a importância de proteger jornalistas e pesquisadores que se dedicam a temas sensíveis e essenciais para o avanço social. O ataque à liberdade de expressão é, neste caso, também um ataque ao direito das mulheres indígenas de terem suas histórias contadas.