A saúde mental dos profissionais da segurança pública foi tema central nos pronunciamentos ao longo da Sessão Plenária da manhã desta quarta-feira (23/4), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Os deputados repercutiram o falecimento do policial militar Rodrigo Almeida, encontrado morto na terça-feira (22/4), nas dependências do Comando de Policiamento de Área (CPA) Leste.
Rodrigo fazia parte da nova turma incorporada recentemente à Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e, de acordo com informações preliminares, o soldado teria atentado contra a própria vida.
Presidindo a reunião ordinária, o deputado Delegado Péricles (PL) iniciou os trabalhos do dia realizando um minuto de silêncio em homenagem ao policial e à sua família. O presidente da Comissão de Segurança Pública da Aleam, deputado Comandante Dan (Podemos) falou sobre a rotina de escalas de trabalho exaustivas, o que, segundo o deputado, impacta na saúde mental dos policiais, e cobrou ainda o pagamento de datas-bases atrasadas para a corporação.
“Não tenho dúvidas de que há um grito de socorro vindo das mentes e corações dos servidores da segurança pública”, afirmou o deputado, chamando atenção para a necessidade de reforço no número de policiais. “São apenas 4 mil homens disponíveis ao trabalho operacional, 4 mil para todo o Amazonas. Sendo a necessidade real de 15 mil policiais militares”, apontou Dan.
Os deputados Daniel Almeida (Avante) e Sinésio Campos (PT) também se manifestaram, prestaram solidariedade à família do policial Rodrigo e ressaltaram a necessidade cuidados com a saúde mental dos profissionais.
Para o deputado Daniel Almeida, a exposição a situações de risco, a pressão constante e a necessidade de tomar decisões rápidas sob pressão podem gerar transtornos mentais como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.
“Perdemos mais um policial, e não perdemos um homem em combate, mas para a falta de cuidados com essa categoria de trabalhadores”, afirmou o parlamentar.
A necessidade de desenvolver programas de prevenção, tratamento e acompanhamento, que incluam avaliações periódicas e suporte psicológico adequado foi destacada por Sinésio Campos.
Outro que também se manifestou foi o deputado Wilker Barreto (Mobiliza), que afirmou que as forças de segurança vivem um momento delicado.