Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência: Teatro Amazonas é pioneiro na inclusão

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Por Redacao

Serviços como audiodescrição, tradução em libras, plataforma de acessibilidade para pessoas em cadeiras de rodas são algumas das facilidades oferecidas

FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

No Dia da Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, cabe destacar que o Teatro Amazonas, um dos aparelhos culturais mais visitados e conhecidos do estado, é pioneiro na inclusão de Pessoas com Deficiência em sua programação.

Ao longo dos últimos anos, o Teatro Amazonas, por meio da Assessoria de Acessibilidade da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, tem se especializado em oferecer serviços que deixam as Pessoas com Deficiência confortáveis e aptas a acompanhar os espetáculos apresentados no palco do majestoso teatro.

Serviços como audiodescrição, tradução em libras, plataforma de acessibilidade para pessoas em cadeiras de rodas são algumas das facilidades oferecidas às Pessoas com Deficiência, que já no hall do teatro são recebidas por uma equipe treinada para atendê-las.

Audiodescrição

Para as pessoas com deficiência visual, acompanhar os espetáculos por meio da audiodescrição é a solução perfeita para saber o que está se passando no palco, mesmo sem ver. Ao chegar ao teatro, basta se identificar para receber um fone de ouvido que vai garantir que a pessoa não perca nenhum detalhe do espetáculo.

FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

“O estado do Amazonas possui o único teatro que, há 15 anos, oferece os recursos de audiodescrição que, na vida da pessoa com deficiência visual, é aquilo que mostra, que transforma imagens em palavras, que descreve tudo que está acontecendo”, explica Gilson Mauro, gerente da Biblioteca Braille do Amazonas e uma das pessoas que usufruem do serviço de audiodescrição quando vai ao Teatro Amazonas.

“Por meio da audiodescrição, a pessoa com deficiência visual pode entender exatamente o que está acontecendo no palco, numa peça, no cinema, em qualquer lugar. É isso que nós fazemos, é isso que nós realizamos aqui nesse teatro há mais de 15 anos”, afirma Gilson Mauro.

Sandra Amazonas tem mais de 300 apresentações como audiodescritora do Teatro Amazonas, que é o único teatro do Brasil a ter uma programação durante o ano inteiro com audiodescrição.

FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

“Meu trabalho é transformar imagens em palavras, descrevendo os cenários e os figurinos que os personagens usam. É descrever com clareza aquilo que está acontecendo no palco. Há quinze anos, eu empresto a minha voz como audiodescritora”, declara Sandra, que se diz apaixonada pelo que faz.

Suporte emocional

Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que precisam estar acompanhadas de cães de apoio emocional também são muito bem-vindas no Teatro Amazonas. A presença dos animais, muito embora seja garantida por lei, nem sempre é aceita em todos os estabelecimentos

Simone Jaime e seu sobrinho José Luiz Jaime, de 10 anos, que é autista, são frequentadores do Teatro Amazonas, onde sempre vão acompanhados do cão de suporte emocional Bono, um Golden Retriever de 6 anos.

FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

“Ele é treinado para dar todo esse amparo e suporte a esse mocinho, que o autismo dele requer em certas condições para ele se sentir mais acolhido”, relata Simone. “A gente sabe que o autismo tem as suas necessidades e as suas limitações e é muito bom quando você vai a um local onde esse animal, que é de suporte, vá e auxilie e ajude a criança no entendimento do que ele vai passar, do que ele vai ver”, declara

Simone destaca a compreensão que recebe quando leva o sobrinho ao teatro. “O Teatro Amazonas tem se mostrado um grande parceiro nisso, principalmente porque o José Luiz gosta de assistir certas atrações que tem aqui e o Bono tem servido como apoio, mas infelizmente tem muitos locais ainda aqui que mesmo tendo leis ainda não aceitam e não entendem a situação dessa inclusão que nós estamos tentando fazer”, conta.

Libras

Para as pessoas surdas ou com algum tipo de deficiência auditiva, o Teatro Amazonas oferece o serviço de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ao chegar ao teatro, a Pessoa com Deficiência se identifica e recebe um tablet, por meio do qual, com a imagem de um intérprete de Libras, acompanha tudo o que está sendo dito no espetáculo.

“É importante que o surdo receba a tradução e interpretação de espetáculos e assista no tablet simultaneamente. Isso torna o Teatro Amazonas um lugar acessível”, afirma Matheus Rochas, que é surdo e se comunica exclusivamente por meio da Libras.

FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

“A Libras é divulgada em inúmeros contextos aqui no Teatro Amazonas, que oferece música, dança e teatro com tradução de Libras”, relata Matheus, que também é um dos intérpretes de Libras do Teatro Amazonas.

Plataforma de acessibilidade

Para pessoas que andam em cadeiras de rodas, o acesso ao Teatro Amazonas também é facilitado, com plataformas de acessibilidade que funcionam como elevadores para as cadeiras de rodas, evitando a dificuldade de ter que subir as escadas que separam o hall do teatro da plateia.

FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

O recurso é utilizado, por exemplo, por Andrea Wanderlei, uma jovem com deficiência intelectual que precisa andar em cadeiras de rodas. A subida da cadeira, por meio de plataformas elevadoras, passa a ser até uma diversão a mais para a jovem em suas idas ao Teatro Amazonas.

Boa vontade

Há 27 anos, Sheila Campos começou a trabalhar na Secretaria de Cultura e Economia Criativa, tendo sido contratada como arquiteta em uma época em que o Teatro Amazonas estava passando por um restauro. “Eu comecei a olhar e sugerir: ‘Vamos colocar uma rampinha. Como é que as pessoas vão subir?’. Assim comecei”, conta Sheila, que hoje é assessora de Acessibilidade da secretaria e é uma das coordenadoras de todos os serviços que o Teatro Amazonas oferece às Pessoas com Deficiência.

Sheila conta que, a partir das rampas, passou-se a cantar o Hino Nacional em Libras, depois veio o curso e a cabine de audiodescrição e o resto é história. “Graças a Deus, a cada dia a gente dá um passo a mais. Começamos colocando a rampinha e agora nós fazemos esse trabalho. Que eu acho maravilhoso. Eu não quero deixar de dizer algo que eu sempre digo: não precisa você estudar. Não precisa você querer ser especialista em acessibilidade. Você precisa ter boa vontade”, ensina Sheila.

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