Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa forma segunda turma de ‘Procuradoras Legais’

Redação

Nesta sexta-feira (12/7), a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) realizou a capacitação de mulheres do projeto “Procuradoras Legais”, que busca formar novas lideranças femininas para o fortalecimento do combate a todas as formas de violência contra a mulher.

Nesta segunda turma, participaram 50 mulheres do bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus, atendidas pelo Centro Estadual de Convivência da Família Padre Pedro Vignola. A primeira turma formada foi com moradoras do bairro São Pedro, zona Norte e adjacências, em maio deste ano.

A presidente da Procuradoria, deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos), explicou que, a princípio, a atividade pode parecer de pequeno impacto em uma sociedade culturalmente machista, mas efetivamente gera grandes mudanças entre as mulheres, que passam a conhecer os seus direitos e multiplicá-los.

Segundo Campelo, desta forma, a Procuradoria faz uma multiplicação do trabalho, porque estas mulheres, a partir da formação, chegarão com novos conhecimentos sobre seus direitos, em lugares onde a Procuradoria ou a polícia também não chega.

“Assim, elas (mulheres) estarão fazendo o papel de procuradoras da mulher, na sua casa, no seu bairro, na sua comunidade, fazendo com que a gente seja um braço e educarão filhos e netos para que a gente viva em uma sociedade sem violência”, explicou.

Motivação

A parlamentar também expôs às participantes porque defende a pauta dos diretos da mulher, relembrando os episódios de violência sofridos pela mãe dentro de casa.

“Hoje, trabalho para ser a pessoa que a minha mãe precisou quando eu era pequena e não teve. A pessoa para dar um esclarecimento, que colocasse o meu pai na cadeia por ter quase matado a minha mãe tantas vezes. É essa pessoa que trabalho para ser. É para isso que estou aqui, para a gente se ajudar, porque se todas as mulheres tivessem a oportunidade de estar aqui, o mundo estaria bem melhor. Continuarei o meu trabalho de formiguinha junto com cada uma de vocês”, garantiu.

O presidente da Assembleia, deputado estadual Roberto Cidade (UB), destacou a atuação da Procuradoria. “A Procuradoria Especial da Mulher se destaca desde a sua criação. Fortaleceu a rede de proteção à mulher e, agora, amplia ainda mais os conhecimentos acerca dos direitos da mulher ao mesmo tempo que oportuniza que a rede de proteção chegue a mais lugares. Desejo sucesso para essas 50 mulheres. Que possam ser instrumentos de esperança para aquelas que, infelizmente, ainda sofrem com diversos tipos de violência”, declarou o deputado.

O defensor público Marcelo Pinheiro falou às participantes sobre “Violência Digital e os perigos da internet” e como se soma a outras formas de violência existentes.

“A violência digital agrega a outras formas de violência existentes, como a psicológica e física. É por isso que a Procuradoria está de parabéns por trazer o tema para que estas mulheres possam voltar para as suas comunidades e difundir estes conhecimentos, até porque quem comete estas violências ainda são, em regra, homens brancos, héteros”, afirmou.

A dona de casa Angelina Araújo de Carvalho falou da motivação em participar do evento. “Frequento o Centro de Convivência e o que me trouxe aqui foi a chance de ter mais conhecimento sobre o assunto e poder ajudar mais mulheres a conhecerem os seus direitos, porque conheço muitas que passam por situações de violência e agora poderei ajudá-las”, declarou.

Conceição Fernandes, também dona de casa, falou sobre como o conhecimento dos direitos muda o posicionamento das mulheres diante de uma situação de violência.

“Para mim, essa oportunidade foi ótima porque pude melhorar os meus conhecimentos sobre o assunto, aprendi sobre tipos de crimes que não conhecia. É importante a gente ajudar as outras mulheres. Ainda existem muitas que não acreditam na Lei Maria da Penha, não acreditam que os seus direitos estão protegidos pela Lei”, afirmou.

Balanço

Na oportunidade, a deputada Alessandra Campelo fez uma avaliação das atividades desenvolvidas pela Procuradoria durante o primeiro semestre.

“Além de trabalhar para que agressores, estupradores covardes sejam presos, nós da Procuradoria, fazemos um trabalho educativo, que considero mais importante ainda, para tentar mudar essa triste realidade. Por isso, fizemos palestras em escolas, em associações de mulheres sobre combate à violência contra à mulher e combate à exploração sexual, trabalhamos contra a violência contra a pessoa idosa, apresentamos leis e trouxemos luz em casos de violência que chocaram a sociedade e é esse o papel da procuradoria: dar foco a problemas que a sociedade precisa abrir os olhos”, analisou.

No período de janeiro a junho de 2024 foram 240 novos casos atendidos, 165 orientações jurídicas, 20 acompanhamentos em audiências e 32 acompanhamentos em órgãos públicos como delegacias, corregedoria, Instituto Médico Legal (IML) e Ministério Público do Amazonas (MP-AM), além de sete palestras e oito divulgações de campanha.

 

   

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