Governo do Amazonas e Inpa/MCTI articulam soluções conjuntas para combater eventos climáticos extremos

Foi feito levantamento de soluções científicas que podem orientar a tomada de decisões governamentais na estiagem deste ano

Foto: Ricardo Machado / Secretaria-Geral da Vice-Governadoria

O Governo do Amazonas promoveu, nesta segunda-feira (10/06), um encontro técnico com cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) para alinhar possíveis soluções conjuntas voltadas à prevenção e mitigação dos impactos dos eventos climáticos extremos, diante do prognóstico de uma nova estiagem severa, este ano, em todo o estado.

A comitiva governamental foi liderada pelo vice-governador Tadeu de Souza. Na reunião, realizada na sede do Inpa/MCTI, bairro Aleixo, zona centro-sul de Manaus, o vice-governador destacou a importância da ciência na tomada de decisões da gestão Wilson Lima como forma de orientar o planejamento estratégico e, em paralelo, garantir a manutenção dos serviços públicos a quem mais necessita.

“Fizemos aqui todo um levantamento de informações, principalmente, das pesquisas e do banco de dados do Inpa vinculados ao desenvolvimento de patentes e ao desenvolvimento de conhecimentos que serão utilizados nesse processo de readaptação e mitigação de eventos climáticos extremos. Temos de orientar e executar a política pública a partir da ciência, a partir do conhecimento”, declarou Tadeu de Souza.

Foto: Ricardo Machado / Secretaria-Geral da Vice-Governadoria

Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Inpa é considerado referência mundial nos estudos de biologia tropical e, há 70 anos, gera conhecimento sobre o uso sustentável dos recursos naturais na Amazônia. O diretor, professor Henrique Pereira, destacou a importância da troca de experiências com o Estado como forma de integrar ações que beneficiam a população.

“Desenvolvemos tecnologias diretamente utilizáveis para amenizar essa crise climática, como o purificador de água via energia solar que pode ser levado para comunidades isoladas. Aqui também está todo o conhecimento sobre como a fauna e a flora da região vêm reagindo a essa nova situação que é o clima em mudança. Estamos à disposição das autoridades”, ressaltou o diretor.

Acompanharam o vice-governador o titular da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Daniel Borges; o secretário executivo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Jeibi Medeiros; a secretária executiva adjunta da Sedecti, Tayana Amorim; e o coordenador do Núcleo de Fronteira do Amazonas da Sedecti, Guilherme Vilagelim.

A comitiva também teve a presença do secretário executivo do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Vitor Góes; e do chefe do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Florestal do Idam, Luiz Rocha.

Foto: Ricardo Machado / Secretaria-Geral da Vice-Governadoria

Ciência e produção rural

O titular da Sepror destacou as pesquisas avançadas que o Inpa/MCTI mantém sobre a recuperação de áreas degradadas para transformá-las em áreas produtivas, além de estudos sobre o plantio de café e produtos amazônicos para a fabricação de ração na piscicultura. Para ele, a ciência é uma grande aliada do produtor rural.

“Hoje, o grande gargalo é a questão de ração, 70% do custo de produção da piscicultura é ração. Temos pesquisa aqui no Inpa especificamente com espécies nossas amazônicas com o objetivo principal de diminuir o custo dessa ração, utilizando ingredientes amazônicos na formulação de ração. O objetivo principal é a gente conseguir levar essa pesquisa para os nossos produtores”, ressaltou Daniel Borges.

Foto: Ricardo Machado / Secretaria-Geral da Vice-Governadoria

Ainda durante o encontro, foi apresentada uma tecnologia desenvolvida e patenteada pelo Inpa/MCTI: um sistema movido por energia solar (radiação ultravioleta) de purificação capaz de tornar água suja de rios e lagos em água potável. O equipamento, que é compacto, já está disponível no mercado e sua tecnologia foi exportada para países da África.

De acordo com órgão federal, o sistema já foi testado com sucesso em aldeias da Amazônia e pode auxiliar comunidades ribeirinhas durante as secas extremas. O Governo do Amazonas também já coordena, desde 2019, o programa Água Boa, administrado pela Defesa Civil e Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama).

Com um modelo fixo e uma Estação de Tratamento de Água Móvel (Etam), os purificadores do projeto coletam a água diretamente dos rios e a levam, por meio de tubos, para uma caixa d’água. Vários processos são realizados para tornar a água própria para o consumo. Ao todo, já foram entregues mais de 500 purificadores, beneficiando mais de 160 mil pessoas, em 52 municípios.

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