Expo do Cuidado leva informação sobre direitos sexuais e reprodutivos

Redação

Viajar o mundo, fazer uma faculdade, ter três filhos, ser enfermeiro, ser modelo, ser bem-sucedida. Esses são alguns dos planos e sonhos de adolescentes de Manaus, no Amazonas, estudantes da rede municipal que visitaram a Expo do Cuidado, uma exposição interativa com foco na prevenção da gravidez não intencional na adolescência.

A Expo, realizada entre 4 de março e 4 de abril, recebeu mais de 1.130 estudantes de 12 a 14 anos, alunas e alunos do Ensino Fundamental II. A iniciativa foi realizada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pela Prefeitura de Manaus, por meio das secretarias municipais de Saúde (Semsa) e de Educação (Semed), com o apoio da Organon.

“O UNFPA entende que adolescentes e jovens têm o direito de fazerem escolhas informadas e responsáveis sobre seus próprios corpos, suas próprias vidas e sobre o mundo em que vivem; para isso, precisam ter acesso a informações precisas, com linguagem amigável, trabalhando também atitudes e comportamentos”, explica Anna Cunha, Oficial de Programa para Saúde Reprodutiva e Direitos do UNFPA Brasil.

A Expo passou por duas escolas: o Centro Integrado Municipal de Ensino (CIME) Artur Virgílio do Carmo Ribeiro Filho, localizado na Zona Leste de Manaus, e a Escola Municipal Engenheiro João Alberto Menezes Braga, na Zona Norte, áreas de vulnerabilidade e com altos índices de gravidez não intencional na adolescência, e recebeu, também, estudantes da educação especial e da zona rural.

Conforme a gerente de Ciclos de Vida da Semsa, Patrícia Rombaldi, a exibição ofereceu um espaço acolhedor aos adolescentes, que puderam ficar mais confortáveis ao se informar e esclarecer dúvidas sobre corpo, saúde, relacionamentos respeitosos e direitos, além de refletir sobre temas como violência, comportamento e o que cada um deseja para o futuro.

Patrícia conta que, durante as visitas, conduzidas por profissionais da Semsa, os alunos da zona Leste conheceram também um pouco dos serviços disponíveis na rede básica. “Percebemos que os jovens conhecem pouco do que é oferecido na rede pública, e foi importante para eles saberem mais e tirar dúvidas com os profissionais de saúde. Reforçamos para eles que as unidades de saúde estão abertas para atendê-los a qualquer hora”, relata.

Cerca de 60 profissionais da Semsa – entre enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, técnicos de enfermagem e agentes de saúde, sendo que aproximadamente 20 deles vinculados ao Programa Saúde na Escola (PSE) – além de dois estudantes do grêmio estudantil do CIME Artur Virgílio, atuaram na monitoria e como equipe de apoio na Expo, com o objetivo de que essas e esses profissionais atuem como multiplicadores em seus espaços de atuação.

Segundo a equipe, as principais contribuições da Expo para as e os estudantes estão relacionadas a elevar o nível de informação em saúde, corpo e direitos, informar sobre prevenção de ISTs e contracepção e provocar reflexão sobre projeto de vida.

Sobre o conteúdo da mostra

A mostra buscou informar e sensibilizar adolescentes sobre temas como corpo, saúde, direitos, contracepção, prevenção de ISTs, relacionamentos respeitosos e projetos de vida, por meio de espaços/estações temáticas com atividades dinâmicas e conteúdos interativos: InfoZona – Conhecendo seus Direitos; Se Liga Aqui – Seu Corpo, suas Escolhas!; CuidaAí – Contracepção e Prevenção; Escolha+ – Explorando suas Opções; e Epicentro – Reflexões Coloridas.

Após esta itinerância, a exposição foi doada pelo UNFPA à Semsa Manaus, que levará a mostra interativa a outros espaços, em conjunto com a Semed. “Queremos levar a ‘Expo do Cuidado’ ao maior número de adolescentes possível, para que possamos reduzir os índices de gravidez não intencional nessa faixa etária”, afirma Patrícia.

Saúde e gravidez na adolescência

A gravidez na adolescência, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), é aquela que ocorre entre jovens na faixa etária de 10 a 19 anos completos. A questão representa um desafio à saúde pública, com implicações para as jovens mães e suas famílias, para o desenvolvimento dos filhos e para o sistema de saúde como um todo.

Segundo o UNFPA, 500 mil meninas de 10 a 14 anos tornaram-se mães em 2021 em todo o mundo. Complicações na gravidez são uma das principais causas de morte conhecidas entre as adolescentes de 15 a 19 anos, e esses riscos são exacerbados entre as meninas mais jovens.

Segundo o Ministério da Saúde (SINASC, 2022), um em cada oito bebês nascidos no país é filho de mãe adolescente. Na região Norte, esse número é de quase um em cada cinco bebês (19,7%). Por dia, nascem mais de 850 bebês filhos de mães menores de 20 anos de idade. Das gestações que ocorrem na adolescência, 66% não são intencionais.

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Texto – Divulgação / Semsa e UNFPA Brasil

Fotos – Clóvis Miranda / Semcom 

  

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