“O Centro é fundamental para o nosso desenvolvimento”. A frase, dita durante a abertura do 2º Seminário de Reabilitação de Áreas Centrais, que acontece em Recife (PE), representa os trabalhos desenvolvidos pela Prefeitura de Manaus com o programa “Nosso Centro”, que tem quatro obras em andamento no território. A capital amazonense participa do seminário, que iniciou na segunda-feira, 26/2, e encerra nesta terça-feira, 27.
Para o diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Carlos Valente, que representa a prefeitura no seminário, no mundo, no Brasil e em Manaus se encontram experiências e peculiaridades das cidades e o objetivo é buscar os programas e o desenvolvimento de projetos mais assertivos. “Também pudemos acompanhar a iniciativa de São Luís (MA), que é uma das cidades com mais bens tombados, inclusive com apoio da Unesco e Iphan”, disse.
O evento é promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e pelo Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD). Na abertura, participaram dos debates a chefe do Recentro, Ana Paula Vilaça, o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, e a chefe do Departamento de Desenvolvimento Urbano, Patrimônio e Turismo do BNDES, Luciane Gorgulho. O Recentro é uma iniciativa pernambucana para revitalização de sua área central.
“A reabilitação na área de mais de 100 mil metros do projeto cultural do Porto Digital tem uma longevidade de mais de 20 anos, e não só do projeto, mas de todo o trabalho da cidade de Recife para buscar a recuperação de áreas degradadas do seu centro. A arquiteta e urbanista Amélia Reynaldo mostrou uma série de 11 estudos semelhantes ao redor da Europa e América Latina, de reabilitação de áreas centrais e patrimônio cultural, para resguardar parte da história”, explicou Valente.
O seminário abordou ainda diagnóstico de diretrizes urbanísticas, modelagem de reabilitação de centros urbanos, recuperação do mercado imobiliário, soluções econômicas e fiscais, impactos alcançados, além de proporcionar um espaço para troca de vivências entre os participantes, promovendo debate e reflexão sobre melhores práticas e caminhos para a reabilitação urbana.
A chefe de departamento do BNDES, Luciane Gorgulho, disse que é uma satisfação ter financiado o estudo piloto do Porto Digital, uma modelagem de recuperação de móveis em centros históricos, a reabilitação urbana. “É muito importante tanto para a gente preservar os centros históricos brasileiros, como para trazer novas atividades, novos usos, principalmente moradia, fazer com que a população volte a viver, a desenvolver atividades no centro revitalizado. O centro histórico tem essa memória afetiva de toda a população e ele está normalmente localizado em áreas onde já tem toda a infraestrutura, de transporte, de saneamento, de energia”, destacou.
Manaus
Desde 2021, a Prefeitura de Manaus trilha este caminho tendo lançado, com recursos de fonte própria, o programa “Nosso Centro”, com o objetivo de requalificar áreas centrais da capital, tendo hoje quatro obras em conclusão no território: mirante Lúcia Almeida, casarão Thiago de Mello, largo de São Vicente e Píer Turístico.
“Existe um grupo de cidades com projetos de reabilitações de áreas centrais e Manaus é uma dessas capitais. O BNDES, que está patrocinando o seminário, pode formatar um programa de investimentos em projetos de reabilitações para áreas centrais e Manaus é uma candidata a receber investimentos”, explicou Valente.
“Nosso Centro”
Em Manaus, a prefeitura trabalha com o programa “Nosso Centro”, que visa o resgate do centro histórico da capital amazonense, envolvendo ações de economia, turismo, história, empreendedorismo, cultura, arte e habitação. São três eixos de atuação – “Mais Vida”, “Mais Negócios” e “Mais História” –; quatro obras em execução; e pelo menos três etapas de implantação e matriz de responsabilidade, envolvendo atuação em governança, incentivos fiscais, inovação e investimentos públicos.
A iniciativa tem previsão de planos de manutenção, de cuidado, desenvolvimento das potencialidades econômicas, arquitetônicas, históricas e culturais de forma integrada na região, com ações de curto, médio e longo prazos.
“Quando o prefeito David Almeida montou seu plano de governo, ele deu destaque ao Centro e teve início o ‘Nosso Centro’, com seus eixos. Estamos na fase de finalização das primeiras obras, oferecendo novas instalações, atração para o turismo, operações de gastronomia, lazer e cultura naquele ponto. Outro eixo é o de desenvolver programas habitacionais e contamos com a Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária (Semhaf)”, explicou o diretor-presidente do Implurb.
De acordo com o Instituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), o Brasil possui 88 conjuntos urbanos protegidos em todo o país.
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Texto – Claudia do Valle / Implurb
Fotos – Divulgação / Implurb