Procuradoria da Mulher da Aleam recebeu denúncias e realizou ação no período do Carnaval

Redacao

Passados os festejos de Carnaval, a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que tem como presidente a deputada Alessandra Campêlo (Podemos), divulgou os números dos atendimentos realizados durante as festas carnavalescas. Foram recebidas dez denúncias sobre violência doméstica ao longo do período do Carnaval.

A psicóloga da Procuradoria da Mulher, Lenara Muniz Nunes, discorreu sobre os procedimentos realizados. Ela explica que nos atendimentos feitos durante o Carnaval estão incluídos o acompanhamento da equipe junto com a denunciante na Delegacia da Mulher; no registro do boletim de ocorrência e o acompanhamento psicológico e social durante o processo.

Porém, Lenara faz a ressalva que os casos de violência e abusos ocorridos no período do Carnaval tendem a ser denunciados apenas algum tempo depois. A profissional enfatiza que a experiência mostra que muitas situações de violência contra a mulher, que ocorreram especificamente no período do Carnaval, somente chegarão algum tempo depois com relatos das vítimas que “a primeira vez foi no Carnaval” ou “no Carnaval já teve uma situação parecida”.

“Muitas vezes, a mulher somente busca ajuda numa janela de tempo após o ocorrido, não imediatamente após a situação. Ela pensa que foi só apenas uma vez, que a situação vai melhorar, que será resolvido de outra forma até porque tem muito álcool envolvido. Por isso, ela não consegue dimensionar o crime”, esclareceu Lenara.
 
Ação “Não é não!”

Para tentar diminuir essa “janela de tempo’ entre a violência e a denúncia, a Procuradoria investe bastante na prevenção. O foco é, prioritariamente, a prevenção e a conscientização das mulheres com relação aos direitos sobre o corpo, principalmente em eventos abertos como bandas e blocos de Carnaval onde a nudez ou o tamanho das roupas podem servir de desculpa para um comportamento mais ousado, por parte de muitos homens e sem o consentimento das mulheres, gerando a importunação sexual, que por muito tempo foi menosprezada na sociedade.

As ações, de acordo com Lenara, foram intensificadas na questão da prevenção com relação à importunação sexual para que as mulheres entendam que o crime está no ato e precisa ser denunciado tão logo seja sofrido pela mulher.

“Oferecemos tatuagens temporárias adquiridas com o projeto social ‘Não é não’ de São Paulo, nos blocos e bandas de Carnaval, com a temática de respeito às mulheres”, afirmou Lenara.

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