Com caminhada na zona Leste, Prefeitura encerra o Janeiro Roxo

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Por Redacao

A campanha Janeiro Roxo foi encerrada, nesta quarta-feira, 31/1, com uma caminhada de sensibilização no bairro Colônia Antônio Aleixo, zona Leste de Manaus. A ação, organizada pela Prefeitura de Manaus, por meio Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em alusão ao Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, 31 de janeiro, reuniu profissionais de saúde, representantes do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e moradores do bairro.

De acordo com a técnica do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, enfermeira Eunice Jácome, a caminhada encerrou uma série de atividades desenvolvidas pelas unidades de saúde no mês de janeiro, com palestras, rodas de conversa, caminhadas de sensibilização e a intensificação da oferta de exame dermatológico para a detecção precoce da hanseníase.

“A campanha no mês de janeiro foi uma oportunidade para reforçar a divulgação dos serviços disponíveis da rede municipal para o controle e prevenção da hanseníase. Muitas pessoas ainda acreditam que a Fundação Alfredo da Matta é a responsável no atendimento de casos de hanseníase em Manaus, mas as unidades básicas da rede municipal oferecem o tratamento e devem ser a porta de entrada, principalmente na suspeição de novos casos”, explicou Eunice Jácome.

As ações de prevenção e controle da hanseníase, lembrou Eunice Jácome, são realizadas de janeiro a janeiro pela Semsa, e a intensificação das ações é importante para conscientizar as pessoas sobre a doença e os riscos para a saúde.

“É importante que as pessoas lembrem que a hanseníase ainda existe, que tem tratamento e cura. O principal desafio hoje, em Manaus, e acredito em todo o Brasil, é diagnosticar precocemente, o que vai permitir iniciar o tratamento e evitar que a doença progrida de forma que não seja possível reverter as sequelas. E sem o diagnóstico e o tratamento, o paciente continua transmitindo a doença, perpetuando a cadeia de transmissão e a ocorrência de novos casos”, alertou Eunice.

Em 2023, o município de Manaus registrou 106 casos novos de hanseníase. Desse total, uma proporção de 17% apresentou grau 2 de incapacidade física, ou seja, o paciente já tinha sequelas no momento do diagnóstico.

Para o coordenador do Morhan/Amazonas, Pedro Borges da Silva, a caminhada de sensibilização, que ocorre todos os anos no bairro, também é uma forma de combater o estigma e discriminação que ainda existem relacionados às pessoas que são portadores de sequelas da hanseníase. “Ainda há muito preconceito na sociedade e ações como a caminhada também ajudam a dar maior visibilidade. A gente fica triste, porque ainda tem o registro de vários casos novos e, se tem novos casos, significa que existem pessoas transmitindo a hanseníase”, apontou Pedro Borges.

A microempreendedora Marilene Vieira, representante do Clube de Desbravadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, participou da caminhada, acompanhando 50 crianças e destacou que o apoio da comunidade é essencial para o combate à hanseníase.

“Meus avós tiveram sequelas da hanseníase e vejo a importância da conscientização, mesmo das crianças, para que entendam como é a transmissão, os sintomas e os cuidados para a prevenção”, afirmou Marilene Vieira.

Doença

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. A transmissão da doença ocorre de uma pessoa infectada pelo bacilo (sem tratamento) para uma pessoa sadia, por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro. As chances de transmissão são maiores quando o contato com a pessoa doente é próximo e prolongado, em ambientes fechados.

Além de manchas na pele, com perda de sensibilidade ao calor, ao frio, a dor e ao tato, os sintomas da hanseníase podem incluir: sensação de fisgada, choque, dormência, câimbras e formigamento em algumas áreas dos braços, mãos, pernas ou pés; inchaço e dor nas mãos, pés e articulações; diminuição do suor e dos pelos, principalmente nas sobrancelhas; e redução da força muscular, sobretudo nas mãos (dificuldade para segurar objetos) ou nos pés.

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Texto – Eurivânia Galúcio /Semsa

Fotos – Divulgação/Semsa

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